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A sociedade brasileira é
‘conservadora’. Sem dúvida essa é uma das mentiras mais ‘acreditadas’ nos dias
atuais. O tal ‘conservadorismo’ que muito se apregoa, tanto pela mídia relativista
e ‘antiigreja’, quanto pelos pretensos ‘conservadores’, cuja consistência é
semelhante ao caldo de batata, existe apenas no que diz respeito à ‘moral’
religiosa, e à imposição de obediência a líderes eclesiásticos, sejam eles
dignos ou não.
Essa
distorção bíblica nasce no universo religioso e reverbera por causa dos tais
beijos gays nas novelas da Rede Globo ou em virtude de uma querela política, na
qual a Igreja de Cristo, em minha opinião, não deveria tomar parte. Ao menos
não como tem ocorrido; ora como braço de um lado, ora como mão de outro.
Anteriormente escrevi sobre essa postura ‘politicalizada’ de muitos. Leia aqui.
O
‘conservadorismo’ cristão brasileiro é hipócrita, age por conveniência, é manco
em suas pelejas, é frágil e não preserva as raízes na Palavra, porém, fincou
tentáculos em um tradicionalismo eclesiástico (não necessariamente litúrgico, mas
organizacional/político, altamente interesseiro e obstinado por poder e por uma
glória transitória) enfadonho,
inoperante e desprovido de essência bíblico-reformada. Na verdade, ele nada mais é, que um
conjunto de normas sem graça, sem amor, sem qualquer sinal de piedade; e
marcado pelo conhecimento absurdamente superficial da Lei de Deus.
Esse
‘conservadorismo de guerrilha’, que se sustenta disparando ataques constantes
contra a escolha sexual das pessoas não representa o que de fato a Escritura
ensina sobre combate ao pecado. Percebam que não estou, sob hipótese alguma,
dizendo que a verdade acerca das escolhas pecaminosas devam ser deixadas de
lado, ao contrário, desejo que preguemos aberta e claramente contra toda sorte
de pecado. Asseveremos que o Senhor condena o homossexualismo, mas
também odeia o adultério, a mentira, a fofoca, a intriga, a inveja, a liderança
eclesiástica ímpia e tudo mais que está contra seu caráter santo.
Todo
pecado é condenável e condenado na Escritura. Nesse sentido, a pregação é
generalizadora. Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Romanos
3.10). Todos e não apenas os homossexuais. Os adúlteros, os idólatras, os
vendilhões da fé, os líderes opressores/dominadores do rebanho, os pedófilos,
os das pequenas mentiras, os dos pecadinhos ‘aceitáveis’, enfim, TODOS!
Por
certo que o tal combate em favor da verdade bíblica, nalguns momentos, precisa
deixar claro, de modo mais enfático que algumas práticas e escolhas, amplamente
aceitas e tidas como normais, são pecaminosas aos olhos do Senhor Deus. Sob
este aspecto, a Igreja deve posicionar-se clara, bíblica, profética e
pastoralmente. Mas quando, simplesmente resolvemos atacar
insistentemente uma única coisa, conseguimos atrair antipatia aos nossos
discursos e simpatia àquilo que denunciamos. Ou seja, agimos como
propagandistas do pecado que devemos combater
Lembro
que nos anos 90, minha mãe queria proibir a gente de ver a novela VAMP, porque
o Papa João Paulo II, supostamente, teria dito que a peça era diabólica. Agora,
os ‘vampiros’, são os homossexuais. Já os adolescentes ‘transantes’, os
padrastos e madrastas criminosos, os adúlteros, os ardilosos, os mentirosos,
manipuladores e tantos outros ‘pecadores aceitáveis’, são anjos das mais santas
cúpulas celestiais. A Bíblia chama isso de hipocrisia!
Falar
sobre os beijos gays dá ‘ibope’ aos ‘pregadores da gospelândia’, aos ‘paladinos
da justiça’. Fazer vídeo combatendo ou defendendo esse ou aquele político, e
isso em nome de Deus, rende curtida, compartilhamento e comentário (além de
vantagen$$$ para alguns). Por que não ‘descemos o sarrafo’ na pedofilia? Na
comercialização da fé? Nas falsas unções? Na politicagem eclesiástica? Na
venda de votos das igrejas, que são tratadas como currais pelos líderes
bandidos? _(este é um pecado em evidência. Não importa se de esquerda
ou de direita, o que tem de ‘pastor’, ‘vendendo’ rebanho de ‘porteira fechada’,
para político, não está no gibi’)_. Vamos agir como boca de Deus
mesmo ou ficar com essa hipocrisia pra ‘tradicionalista’ ver?
O
‘conservadorismo cristão’ brasileiro é hipócrita e abre mão de ser boca de
Deus, pois resolve ser, nada mais, que um movimento tagarela, preconceituoso,
incoerente, insensível e vil. O ‘conservadorismo cristão’ tem aberto mão de ser
voz de Deus para essa nação. É urgente mudar de postura, aprender com Jesus,
diante das adúlteras (João 4 e 8), e de Zaqueu (Lucas 19). É necessário
entender que pregar contra o pecado não é um ataque pessoal, de humilhação e
preconceito. Assim, como não é um programa de inclusão de pecadores sem
arrependimento.
Os mais ‘atacados’ nos discursos de Jesus (Se querem nivelar) foram os ‘conservadores’ da época. Eles se diziam ‘defensores da verdade’, mas eram hipócritas e agiam contra a Verdade revelada (dá uma lida em Matheus 23).
MINHA
CONVICÇÃO E COMPROMISSO
Sou
pecador miserável, nasci em condenação, fui solapado pelo Cristo da Cruz. Sou
perdoado e tento existir para glória d’Ele. Vivo a constante luta entre o que
Ele quer de mim e o que minha vontade pecaminosa quer. Peco, desagrado a Deus,
despedaço-me em arrependimento e vergonha pelo que sou, mas encho-me de alegria
pela convicção de que Aquele que começou a boa obra irá completá-la até o Dia
da maravilhosa vinda de Cristo. Lembro que embora pecador, sou remido pelo
precioso sangue do Cordeiro, justificado pelo Santo que não me pode perder, e,
exatamente por isso, nada me separará de seu amor irrevogável. Escrevendo aos
Romanos, nos capítulos 7 e 8, Paulo ilustra bem a vida de todo pecador remido.
Vivo
sob a esperança da vinda do Grande Rei. Busco santificar-me, mortificando
diariamente este vil pecador que habita em mim, para que se faça fortalecido o
novo homem, segundo o que o Senhor requer (Colossenses 3.10).
Essa
convicção faz com que queira ser, de fato, voz profética e falar contra o
PECADO, mas não me concede o direito de escolher ‘inimigos’, pecados especiais
ou de taxar pessoas de mais merecedoras do inferno ou do perdão (até
porque ninguém merece o perdão, se o merecesse, seria recompensa). Meu
desafio é anunciar todo desígnio do Senhor e pregar o Reino de Deus, que já
chegou em Cristo.
UM
APELO: SEJAMOS CONSERVADORES! SEJAMOS RADICAIS!
O
Brasil carece de uma Igreja bíblica, com raízes firmadas em Cristo, erigida
sobre o firme fundamento dos apóstolos, confirmada por uma postura ética, moral
e espiritual condizente com a verdade do Evangelho do Grande Rei.
Pastores,
é tempo de nos levantemos como vozes proféticas, com coragem de chamar de
pecado tudo aquilo que a Escritura assim define. É urgente que sejamos pautados
pela piedade, pelo amor ao Senhor e pelo imenso desejo de anunciar a Santa
Escritura, como único meio, pelo qual, os pecadores serão solapados do lamaçal
de pecados e feitos novas criaturas.
Há
sim, um conservadorismo radical, bem fundamentado e profundamente bíblico em
muitos púlpitos brasileiros. Existem homens de Deus anunciando apaixonada e
fielmente a preciosa verdade do Evangelho. E isso, sem floreios, sem
‘showzinho’ pessoal e sem um obstinado desejo de glória para si. É urgente que
a Igreja os ouça. É inegável a constatação de que precisamos fazer reverberar
as vozes, verdadeiramente conservadoras na Igreja brasileira.
Perceba
que fiz questão de falar de ‘conservadorismo radical’. Sim, creio que o
conservadorismo só é verdadeiro se for radicalmente fincando na Escritura, caso
contrário, será apenas rigor acético, religiosidade fria, sem vida, sem amor e
sem alegria.
Uma
Igreja biblicamente conservadora vive para a Glória de Deus. Ela é marcada pela
fiel pregação da verdade, pela comunhão em amor e pela inesgotável esperança.
Esta última é o combustível que mantém a noiva vigilante. A
esperança conservadora é a firme convicção de que Ele fará. Ele já fez!
Um
abraço afetuoso!
Rev. Ricardo Jorge Pereira
Insta/Face: @pr.rjp
Twitter: @pr_rjp
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