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Foto: Pixabay |
Vivemos tempos difíceis, incertos e
dolorosos. Muitas vezes vemo-nos perdidos entre teorias, conceitos, correntes e
ideologias das mais variadas. Há um clima de desconfiança e medo com tudo, por
tudo e com quase todos. É exatamente neste contexto que se evidencia ainda mais
uma verdade que o é, não apenas hoje, mas que sempre será, até a vinda de
Cristo. A cidade carece de ‘pastores antigos’.
Talvez você pense que estou me
referindo a idade. Não, não estou, embora certamente entre os mais velhos
encontremos mais ‘pastores antigos’. Ao ler minhas palavras você provavelmente
ponderará que carecemos na verdade, de pastores clássicos, mas depois, com a
leitura, espero que que veja doutra forma.
Em meio ao pânico que vivenciamos, diante
do ativismo do mundo que ‘anda’, muda e se transforma numa velocidade
inexplicável, a cidade não precisa de animadores de auditório, de pastores
‘descolados’, renomados, famosinhos, ou de amigos dos políticos e do poder. Ela
não necessita de gerentes de igreja, ou mesmo de construtores e reformadores de
templos; muito menos de coach, ‘profetas’ da autoajuda ou qualquer coisa desse
tipo.
A Igreja da cidade precisa mais do que
nunca, de pastores que discipulam, que visitam, que se preocupam; homens quem
tomam para si as dores e lutas das ovelhas de Cristo como se fossem suas,
afinal de contas, para isto foram chamados. Pastores são chamados
para a compaixão!
Pastores não são chamados para
aplausos, glórias, poder! Pastores são convocados a cuidar, amar, alimentar
(pela pregação fiel da Santa Palavra) e zelar pelo Rebanho do Supremo
Pastor. Isto não é algo negociável. Se com você
não é assim, reavalie seu ministério, reflita se de fato há ministério.
A cidade ativista, ansiosa e veloz,
precisa de homens que desacelerem; homens que sentem pra tomar um café, enquanto
pacientemente ouvem sobre as lutas, as dores e as aflições de um povo que
padece em um mundo caído e desprovido de bondade, esperança e amor. Homens que não estão ocupados para levar Ceia aos que não podem ir ao templo, ou para visitar e acolher os inquietos de coração. Pastores
antigos são instrumentos de calmaria, refrigério e paz!
Os filhos da Igreja da cidade estão
ávidos por pastores que os chamem pelo nome, que sintam sua falta quando não
vão ao culto, que conheçam seus sonhos, que parem com eles para falar sobre
projeto de vida, sobre amizades, amores e principalmente sobre o Amor que os
une.
A cidade é carente de homens cujo amor
a Escritura e ao Deus da Santa Palavra, os faça amar indizivelmente a Igreja do
Cordeiro. E esse amor é evidenciado em visitação, acompanhamento, diálogo,
disciplina, relacionamento pastoral. Pastorear é amor em ação, promovendo
transformação, crescimento e fortalecimento.
O ‘pastor antigo’ é alguém confiável,
leal, presente e constante. Ele não está preocupado com números, com dados. As
estatísticas e relatórios, embora tenham seu lugar de importância, não lhe
enchem os olhos, não lhe seduzem ou devastam a alma. Seu coração é movido pelo
desejo de ver gente amando a Cristo e tendo a vida satisfeita n’Ele. Ele ama
ovelha, tem cheiro de ovelha e cuida do Rebanho de Cristo com amor, zelo, perdão
e dedicação inexplicáveis.
‘Pastores antigos’ são homens cujo
coração anseia pelo privilégio de amar os ‘inamáveis’, de cuidar de quem não
cuida de si mesmo, de acolher aqueles que ninguém mais acolheria, de acreditar
que Deus pode mudar a realidade de gente para quem todos viraram as costas. E
isso sem esperar nada, além da satisfação em Cristo. Você já experimentou isso
meu irmão?
Que Deus me livre da gerência
eclesiástica, do amor ao poder, dos aplausos, das honrarias, da pompa e da
circunstância (Ele sabe o quanto isso já me seduziu). Que
o Senhor me guarde de ser animador de plateia, um pastor descolado, um
dominador do Rebanho, enfim, que o Supremo Pastor não permita que eu seja o que
minha natureza pecaminosa me conduziria a ser.
Eu quero apenas ser um ‘pastor antigo’
e seguir amando, guiando, ensinando, pregando e orando pelo Rebanho que é de
Cristo. Quero ser amigo presente e constante. Quero ser ‘pai’, conselheiro,
companheiro, encorajador das ovelhas por quem Cristo verteu seu precioso sangue. Quero
ser pastor nos moldes que sou pastoreado até hoje pelo meu ‘pastor antigo’, com
amor, amizade, cuidado e graça. Se o Senhor me conceder a graça de
ser assim, serei aquilo para o qual Ele me chamou, serei pastor!
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