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Foto: Reprodução |
Ano passado escrevi aqui no
Ortopraxia sobre
como o coronavírus era um ‘chamado para os verdadeiros profetas de Deus’. Na
época disse que aquela era uma
‘oportunidade’ preciosa para que pastores que de fato amam o Rebanho do Senhor
saíssem em busca de ovelhas que ainda nem sabem que são de Cristo. Minha teoria
era que aquele era tempo de pregar uma mensagem que confortasse, mas que
confrontasse o homem diante do seu pecado. Asseverei que era tempo de anunciar
com intrepidez a Escritura como único meio pelo qual o homem será alcançado
pela Salvação. Crendo que “De sorte que a fé é pelo ouvir, e
o ouvir pela palavra de Deus” (Romanos 10:17). Sigo
pensando a mesma coisa para os dias atuais.
Depois de um aparente
alívio, o Covid-19 parece ter se tornado mais violento, perigoso e ainda mais
letal. Nosso país não se preparou para esse novo momento. Continuamos não tendo
leitos suficientes nas UTI’s e com isso, a situação parece se tornar a cada dia
mais grave. Pessoas estão morrendo a cada dia. Há muito medo, incerteza e dor
pelas ruas de nosso Brasil.
E a Igreja, ela se preparou para mais esta
‘oportunidade’ que nos é concedida? Estamos prontos a servir ao Senhor e honrar o
Seu precioso nome em meio a tanto sofrimento e dor? Estamos prontos para ser
aquilo que devemos ser por essência? Estamos preparados para ser hospital de
almas? Temos disposição para ser instrumento de refrigério? Estamos aptos a ser
a baluartes da verdade? Pastores estão dispostos a serem ‘Boca de Deus’ em meio
a uma geração de coração endurecido e de alma empedernida pelo pecado e
aterrorizada pelo dor?
Esta nova onda do Covid tem trazido
mais pânico, medo e dor. E a Igreja precisa estar pronta para consolar, amar,
cuidar e para chorar com as pessoas por perdas de gente que lhes é preciosa. A
bela noiva do Cordeiro deve ser alívio, refrigério e direção para um povo cada
vez mais ansioso, pesaroso e perdido. O mundo está vivendo
dias de caos!
O momento requer uma igreja pastoral,
cuidadora e evangelizadora. Há fora das quatro paredes nas quais nos
reunimos, um povo carente, ansioso, solitário, cheio de medos, incertezas e
culpas. Acima de tudo, há uma gente de mente obnubilada e coração endurecido
pelo pecado. Essa gente carece de cuidados, de alento, de paz. Esse povo
precisa ouvir a preciosa mensagem do Evangelho. Em meio a todo esse sofrimento
há uma multidão de eleitos do Senhor, que carecem ouvir a mensagem que lhes
solapará das garras do reino das trevas e lhes transportará para o Reino de
Cristo.
E nós, povo de Deus, Igreja do
Cordeiro, somos o instrumento pelo qual a mensagem transformadora do Evangelho
alcançará corações e transformará definitivamente as vidas de muitos eleitos de
Deus que agora sofrem e gemem as dores de um mundo caído.
Nós, povo de propriedade exclusiva de
Deus, somos o meio pelo qual pessoas serão consoladas, dores serão amainadas,
famílias inteiras serão miraculosamente alcançadas pelo inarredável amor do
Verbo que se fez carne e habitou entre nós. Ele fará isso através de nossa
pregação. Que privilégio! Que responsabilidade! Anunciemos em atos e palavras: O Reino é chegado!
É hora de olharmos além das
circunstâncias, dos imediatismos, dos medos que nos enchem a alma. É momento de
tirarmos os olhos da transitoriedade das proibições. Os decretos transitórios
não anulam a ordem d’Aquele que é Soberano. Há um mandado urgente para a Igreja
do Senhor: Ide/Indo pelo
mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura (Marcos 16.15).
A calamidade, a dor e
o medo trazidos pelo Covid-19 impõem à Igreja a reflexão acerca de seu papel
como sal da terra. É urgente que o mundo veja em nós uma comunidade pastoral e
transformadora, que age em obediência a Cristo, por amor ao Seu precioso nome e
pelo bem de uma sociedade que carece do amor transformador do Evangelho. O
mundo precisa da Igreja, ainda que não saiba disso.
É hora de colocar a
mão no arado, não olhar para trás e vivenciar missões em um contexto de dor,
ansiedade e intenso desespero. É hora de ser instrumento da esperança. É
preciso cruzar as barreiras da Igreja para a não Igreja, da fé para a não
fé. É momento de sermos instrumentos nas mãos do Senhor, tomando parte na missão
de Deus, agindo para reconciliar com o Senhor, gente que procede de toda
língua, tribo, povo e nação.
É urgente que sejamos
Igreja, além das paredes!
Que o Senhor desperte
sua Igreja, a começar em mim.
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