Foto: Anatolii Stepanov / AFP |
O
mundo assiste atônito ao que acontece na Ucrânia. Mortes, destruição e medo
tomam conta do país do leste europeu. Não quero comentar sobre as motivações
politicas, econômicas, de poder ou quaisquer outras justificativas que não
justificam mais uma guerra horrenda, resultante da maldade do coração humano.
Não tenho o que falar sobre os aspectos supramencionados, não sou especialista
em geopolítica. Mas sou pastor, minha ‘especialidade’, se é que assim podemos
dizer, é cuidar de gente, é amar gente, é abraçar as pessoas e apontar-lhe o
Caminho. Minha vocação inclui sofrer as dores das pessoas como se minhas
fossem. E é também sobre isto que quero falar neste breve texto.
Nos
últimos dias tenho visto cristãos, especialmente pastores, perdendo mais tempo
sondando as motivações políticas, traçando as mais absurdas conjecturas
escatológicas, se inebriando em enredos conspiratórios acerca dessa ou daquela
atuação de determinados líderes, do que investindo seu precioso tempo em
conclamar o povo de Deus a buscar Sua face, crendo que Ele fará tudo como lhe
agrada.
Somos
cidadãos de ‘dois mundos’, temos os pés aqui, mas o nosso coração deve estar
onde a Escritura nos orienta a firmar o olhar. Olhemos então firmemente para o
Autor e Consumador de nossa fé (Hebreus 12.2); e com os olhos fitos n’Ele,
tratemos esta presente dor sob algumas convicções, norteando por meio delas,
nossas posturas e palavras.
Primeiramente, estejamos convictos de que o Senhor reina
absoluto, governa soberanamente sobre todas as coisas, fatos, momentos
históricos e pessoas. Isto indubitavelmente inclui Vladimir Putin e Volodymyr
Zelensky (Salmo 47.9). Assim sendo, estejamos certos de que nem um
acontecimento está fora do controle absoluto do Senhor. Esta certeza deve gerar
esperança, a despeito de um cenário desesperador.
Em segundo lugar, firmados nesta convicção, deixemos de lado as
teorias conspiratórias, despojemo-nos desse medo absurdo do que está por vir. A
Escritura nos garante que os dias serão piores para os cristãos, até que chegue
o Grande Dia. Este sim; será de alegria completa. Apeguemo-nos às
convicções que nos fazem desejar ardentemente pelo Grande Dia do Senhor.
Em terceiro lugar, oremos. Coloquemo-nos diante de Deus, com temor e tremor. Intercedamos pelos povos russo e ucraniano. Em sua grande maioria, eles não são responsáveis pela guerra. Os efeitos dos acontecimentos dos últimos dias são desoladores para milhares de pessoas. Ao invés de discutir sobre o que não conhecemos, oremos Àquele com o qual temos intimidade e a quem temos acesso.
Em quarto lugar, amemos essa gente que está sendo dilacerada. Choremos suas dores, lamentemos seu lamento. Sejamos de fato, um povo que se compadece de quem, no momento que você está lendo essas palavras, acaba de perder gente que ama. Deixemos que a intimidade com Deus nos torne mais sensíveis às dores da guerra, do que pseudoconhecedores das razões que ‘sustentam’ os canhões.
Em último lugar, descansemos. Sim, descansemos
nossos corações. Confiemos firmemente no Senhor. Lembremos que Ele Reina
absoluto, revestido de majestade, em seu trono inabalável (Salmo 93). Não
percamos de vista a convicção de que até mesmo a mais horrenda guerra redundará
no bem daqueles que são amados de Deus e que foram chamados segundo seu
propósito, inclusive os que, durante esta guerra terrível, morreram n’Ele
(Romanos 8.28). Descansemos no Rei de Supremo.
Que
Deus nos bendiga e nos leve a uma sincera e piedosa reflexão.
Um
abraço afetuoso.
Rev. Ricardo Jorge Pereira
Insta/Face: @pr.rjp
Twitter: @pr_rjp
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