Vamos
conversar sobre Ódio. Isso mesmo quero falar sobre o ódio que quero continuar
sentindo até a volta de Cristo ou ao dia que partirei ao Seu encontro.
Salomão é o típico homem que seria recebido com
toda honra em quaisquer de nossas igrejas, a despeito de ser um adúltero,
promíscuo e “conchavista”. Mas certamente sofreria incessantemente com um dos
maiores males da história da humanidade. A fofoca, a futrica, o diz-que-me-diz,
o boato. O sábio Salomão, ainda que
redimido, justificado e perdoado pelo Senhor, sofreria diariamente o “inferno”
proposto e produzido pelo que chamo de “religiosos do cristianismo”. Uma raça
vil, implacável e doente que está arraigada em todos os lugares, e que infelizmente,
é muito forte do meio evangélico.
Falando sobre a língua Salomão escreveu: “Há
seis coisas que o Senhor odeia, sete coisas que ele detesta: olhos
altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que
traça planos perversos, pés que se apressam para fazer o mal, a testemunha
falsa que espalha mentiras e aquele que provoca discórdia entre irmãos”.
(Provérbios 6.16-19 NVI)
A fofoca é um mal de poder avassalador, ela pode e
tem destruído reputações, famílias e ministérios ao longo dos tempos. E mesmo
sabendo disso, os líderes não parecem interessados em agir contra essa peste.
Não têm interesse em pregar de modo veemente contra essa mazela. Mas por quê?
Talvez porque muitos são adeptos dessa prática odiosa e, ou porque ainda não
tenham atentado para o fato de que a fofoca é sim uma das maiores armas do
Diabo contra a Igreja do Senhor.
Tenho diversos e terríveis defeitos, pecados dos
quais me envergonho e minha alma sente-se atormentada só em lembrá-los, mas se
há algo que odeio de todo meu coração, de toda minha alma e de todo meu
entendimento são diálogos que começam com: “me disseram... olhe, vou lhe contar
uma coisa, mas não diga a fulano... eu ouvi dizer que... estão dizendo por
aí... fiquei sabendo...”. Não! Por favor, não me contem coisas sobre pessoas e digam que seus nomes não
possam ser postos de forma clara, não acusem, não informem, não digam nada
sobre alguém sem que estejam dispostos a dizer na frente desse alguém. As
relações cristãs não podem ser pautadas pelos mexericos, pela falsidade, pelos
tapinhas hipócritas!
Odeio de todo meu coração essa postura covarde,
injusta e cruel que promove o juízo, profere a sentença condenatória e aplica
as “sanções” sem dar ao menos o direito do “réu” sequer saber que está sendo
julgado. É diabólica essa postura que provoca dores indizíveis e causa feridas
gigantesca nas almas das pessoas. Infelizmente a fofoca e o fofoqueiro são
tolerados na vida da igreja cristã e o pior, são tratados como algo normal e
inofensivo.
Tiago, irmão do Senhor falando sobre os males de
uma língua fofoqueira, deixou muito claro que “a língua,
porém, ninguém consegue domar. É um mal incontrolável, cheio de veneno
mortífero” e que “com a língua bendizemos ao Senhor e Pai, e com ela
amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus” (Tiago 3.8,9 NVI).
Sabendo que o Senhor Deus odeia essa mazela,
devemos nós odiá-la com toda nossa força. Precisamos estar sensíveis às
palavras de Tiago e ter noção do poder destruidor de uma língua não domada.
A fofoca deve ser odiada pelo simples fato de que
quebra o segundo mandamento no qual Jesus resumiu toda a lei. Ela é um ato de
desamor, é a declaração tácita de que não amamos o outro.
Via de regra está associada a mentira, ao engano, a
inveja. É resultado de um coração que maquina o mal contra o outro e o executa
sem a menor preocupação com seu efeito devastador.
Todos nalgum momento nos vimos envolvidos em alguma conversa sobre a
vida alheia e infelizmente agimos de modo a compactuar com estorinhas de
mexeriqueiros. Mas se realmente amamos a Deus, esse amor é evidenciado também
nas relações com o próximo e a Escritura é bem clara quando diz: "Não espalhem calúnias no meio do seu povo. Não se levantem contra a vida do seu próximo" (Levítico 19.16).
Certamente também já fomos vítimas do poder da fofoca, da força do que é
dito na surdina, nos corredores, ao pé do ouvido. Se sabemos os males, se vivenciamos
as dores devemos ser inimigos dessa prática odiosa e satânica. Nela não há
absolutamente nada aproveitável, nada de bom e tudo na fofoca deve ser abominado
pelo servo de Deus, pois o Senhor a odeia.
O mexeriqueiro é alguém infeliz. Pessoas que têm felicidade real não
perdem tempo falando mal dos outros. Elas estão mais preocupadas em fazer com
que as pessoas encontrem a felicidade que elas encontraram, pois estão
convictas que amor, alegria e bondade é que devem ser espalhadas, e não o mal.
Sim, devemos odiar a fofoca, devemos ser implacáveis com ela e combatê-la
tendo em nossa mente a clara convicção de que ela é uma poderosa arma nas mãos
do inimigo de nossas almas. Não podemos ser agentes contra o Reino. E não
podemos tolerar que ninguém se instrumentalize com essa arma do mal. Sejamos
inimigos do mal e não tolerantes com ele.
Que nossa oração seja a do Salmista: “Senhor, livra-me dos lábios mentirosos e da língua traiçoeira!”
(Salmo 120.2 NVI).
Que o desejo mais sincero
do nosso coração seja o de buscar ter na boca as palavras de cura, conforte
descrito por Salomão: “Há palavras que ferem como espada,
mas a língua dos sábios traz a cura” (Provérbios 12.18 NVI).
Eu sigo aqui odiando de
todo meu coração essa mazela que infelizmente continuará assolando muitas
vidas, destruindo relacionamentos, arruinando ministérios e envergonhando a
Noiva do Cordeiro. Mas meu coração é tomado pela convicção de que apesar de
nós, Deus ainda nos preservará de modo a nos apresentar diante dEle no Dia
Final.
Que o Deus da verdade nos
bendiga e nos faça odiar tão grande mal!
Pr. Ricardo Jorge Pereira
Redes sociais: @pr.ricardojp
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