Leia por favor 2Samuel 12 e o Salmo 51
Você
já cometeu falhas enormes? Na caminhada da vida e da fé errou o caminho? Perdeu
o rumo? Ficou sem norte e pediu a morte? Já agiu de um modo intensamente
contrário aquilo que era comum em sua vida?
Despedaçou o próprio coração e o dos outros em virtude de decisões e
posturas incoerentes com seu caráter e crenças?
Se
já passou ou está passando por isso, sente aí, acomode-se e vamos conversar um papo de miseráveis, um papo entre
pessoas que contrariaram o próprio senso de justiça, de santidade e bondade.
Vamos
falar sobre esse sentimento horrível de culpa, de dor. Tratemos dessa angústia
miserável que assola o coração e nos faz sentir as piores pessoas do mundo, os
mais condenáveis dos pecadores, os mais indignos de qualquer bem. Venha, vamos conversar
sobre a luta intensa entre o que somos e o que deveríamos ser.
Mas
deixa eu dizer que não estamos apenas nós dois, tem um cara que esteve na mesma
situação que nós. Quem é ele? Vou deixar que ele se apresente. Venha amigo, fique a vontade:
Olá,
eu sou alguém que foi chamado de “homem segundo o coração de Deus”. O maior rei
que Israel já viu. Sempre fui tido por justo, decente, misericordioso e
compassivo. Compus lindos salmos, cantei para o rei que me antecedeu, lutei contra
os inimigos do povo de Deus e venci. Sempre fui considerado um bom homem e
misericordioso, inclusive com os que tramaram o mal contra mim.
Porém
fui um péssimo pai, injusto em meus julgamentos, covarde na aplicação da
disciplina justa. Mas o ápice do meu pecado, a “coração” da devassidão foi
quando desejei e tive para mim a mulher de outro homem. Ela era linda, eu a
quis e a tive. Ela engravidou e eu precisava que o marido assumisse o filho,
então tentei armar de todo jeito para que eles tivessem relações, mas isso não
aconteceu, então tramei a morte dele. Sim, eu um homem de Deus, um homem
segundo o coração de Deus, o ungido do Senhor! Eu fiz tudo isso!
O
que concluí ? Sou um grande pecador, um miserável e injusto homem. Não há em mim
nada que possa ser reputado por bom! Sou um homem completamente desprovido de
qualquer virtude. Deus sempre será considerado puro no falar e completamente
justo no julgamento a meu respeito. Concluí que mereço a condenação. Mereço a
morte! Eu, Davi, o grande rei de Israel não passo de um miserável pecador!
Mas
esperem um pouco. Quando concluí o que sou e o que mereço, prostrei-me ante os
pés do Grande e Poderoso Deus, coloquei-me em total humilhação, contrito,
quebrantado, moído, confrontado pela verdade da Palavra de Deus e clamei pelo
perdão, clamei por ter de volta a alegria de pertencer Àquele do qual jamais me
perdi. Busquei no mais íntimo de minha alma as forças para clamar pelo perdão.
E o Senhor ouviu meu clamor, perdoou-me e me fez perceber que é possível
refazer caminhos, reaprender a adorar e que não há culpa que não seja perdoada
pelo Deus de misericórdia.
Sofri
as consequências dos meus atos. Deus executou seu juízo contra mim sim, mas
agiu com misericórdia, poupou-me e reabilitou-me a servi-lo com integridade e
pureza de coração.
Queridos,
a história de Davi não é uma licença para o pecado. É na verdade uma enorme
exortação a uma vida santa. Em Davi somos levados a perceber que os pecados
embora perdoados, deixam marcas e consequências que trazem dor e sofrimentos
para nós e para quem amamos.
Mas
essa história também nos faz ver que por mais que tenhamos nos tornado
odiáveis, cruéis e terríveis em escolhas pelo pecado, Deus o nosso Deus é
Senhor da misericórdia que Ele pode nos devolver a alegria da salvação. Ele
perdoa e reabilita todos aqueles que de fato lhe são filhos.
Não
temos licença para pecar, mas temos a convicção absoluta de que apesar de nossa
pecaminosidade, de nossa luta constante contra o pecado que em nós habita,
apesar de nossa natureza pecaminosa, o Senhor Deus age de modo a nos preservar
e nos apresentar diante d´Ele mesmo, purificados, imaculados e prontos para a
mesa da eternidade.
Sim
meu amigo, você que já cometeu falhas enormes, que na caminhada da vida e da fé
errou o caminho, perdeu o rumo, ficou sem norte e pediu a morte... Você mesmo,
deixe lhe dizer uma coisa: apresente-se diante de Deus com um coração contrito
e quebrantado. Rasgue sua alma diante do Rei da misericórdia, clame-o e ele
endireitará seu caminho. Humilhe-se e ele o exaltará.
Tenha
em mente que somos todos igualmente pecadores miseráveis, merecedores do
inferno. Não há em nós bondade alguma. Não há virtude, não há boa obra, não há
justiça. Somos todos igualmente condenáveis. Apenas Cristo é homem perfeito,
apenas Ele é aceitável no trono do Pai. Mas ao morrer na Cruz do Calvário, ao
rasgar o santo dos santos, Ele nos deu acesso livre, direto e incontestável ao
Trono da Graça.
Fiados
em Seus méritos, entremos na presença do Senhor e clamemos por sua
misericórdia. Ele nos ouvirá e restaurará nossos corações, endireitará nossos
caminhos e como Pastor que é, guiar-nos-á pelos caminhos da justiça. Ele
consertará nossos caminhos e nos ensinará a reconstruir. O Deus que restaurou a
sorte de Davi, de Salomão, de Adão, de Abraão, de Pedro, de Paulo e de tantos
outros é o mesmo Senhor hoje e não há nada tão vil, tão sórdido, tão
pecaminoso, tão imundo que Ele não possa purificar. "Venham,
vamos refletir juntos", diz o Senhor. "Embora
os seus pecados sejam vermelhos como escarlate, eles se tornarão brancos como a
neve; embora sejam rubros como púrpura, como a lã se tornarão” (Isaias
1.18 NVI)
Pois
é meu amigo, a história de Davi não é nenhum pouco diferente da nossa. E o
melhor, o Deus de Davi é o nosso Deus!
O Deus de Davi nos ensinará sobre o perdão. Nos mostrará que perdoar é habilitar para o recomeço! Sua bondade nos fará sentir que ainda que todos nos acusem e queiram nos "apedrejar" como aconteceu com a mulher adúltera (João 8) ou que nós mesmos nos julguemos miseráveis pecadores, o que realmente somos, Ele ainda assim olhará para nós e enxergará o mérito do Cristo que morreu na cruz em nosso lugar, sofreu as dores que eram nossas para nos dar o céu que é d´Ele. Ele nos perdoará e nos reabilitará ao recomeço. Ele é Deus que reconstrói!
Que
o Senhor dos miseráveis cuide de nós e nos ensine a refazer caminhos!
Caco Pereira
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