Hoje quero prestar uma homenagem a alguém muito especial. Meu amigo,
irmão, ovelha, Davi. Ele tem 27 anos, é uma figura. Joga futebol, brinca, é um
cristão comprometido, é inteligente, doce, amável.
Davi gosta de paquerar, adora recolher os copinhos logo depois da
celebração da Ceia. Ama futebol, embora não tenha um bom gosto, é vascaíno. Tem
sempre um sorriso no rosto, exceto quando é substituído no campo. Sabe abraçar,
sabe como extrair um sorriso de alguém e consegue ser amado pelo simples fato de
amar. Ah! Ia
esquecendo, o Davi tem Síndrome de Down. Mas
isso nem é tão importante, o que é crucial mesmo é saber quem ele é e o que
significa tê-lo em nosso meio.
Desde o primeiro encontro com Davi decidi que não o trataria como diferente,
mas não como incapaz. Sim, como diferente porque ninguém é igual. Cada um tem
suas marcas pessoais, seus defeitos e virtudes. Na Comunidade Presbiteriana de
Conde ele é um membro como outro qualquer, no rebanho ele é ovelha como todas
as demais. É tão precioso para Deus quanto qualquer outro.
Aqui Davi é tratado de acordo com suas peculiaridades. Suas posturas
inadequadas são corrigidas como as dos demais, seus acertos são reconhecidos
como os dos outros. Mas aqui não o vemos como coitadinho. Ele não é!
Davi é limitado em algumas coisas e
reconhecemos isso, e você não é?
Hoje é o dia Internacional da Síndrome de Down. Comecei falando sobre o
Davi porque queria que você pensasse um pouco sobre a forma que olha quando vê
um “Down”. Geralmente as pessoas sentem “pena”. Outras são mais preconceituosas
ainda e os tratam com desdém, com desrespeito.
Pessoas com Down não são menos importantes do que os “normais”. Afinal de
contas, quem é normal? Elas são gente e querem ser tratadas assim. Não querem
ser vistas como coitadinhas. Definitivamente, elas não são. Como eu e você, carecem
de amor, carinho, dedicação, normas, limites, aplausos, reclamações, sorrisos,
oportunidades...
Então meu caro amigo, por favor não imagine que quem tem Down é um doente
e que a “doença” dele pode lhe fazer mal. Na verdade, o doente é você. Procure
imediatamente um tratamento adequado. Quando ficar curado você perceberá como é
bom amar.
Cada vez que abraço ou sou abraçado pelo Davi sinto amor, carinho e
respeito. Quando ele vem brincado e me chama de “Gordo Fraco” logo após me
vencer em uma “queda de braços” ou ao fazer um gol durante nossos jogos, percebo
como Deus foi bondoso comigo ao colocar Davi em minha vida.
Obrigado meu Deus porque através de
Davi o Senhor mostra-me como sou limitado.
Deus nos cuide!
Um abraço,
Pr. Caco
PR. RICARDO JORGE PEREIRA
Sou um pecador miserável, alcançado pela graça e feito ovelha do Pastor e pastor das Suas ovelhas! Casado, pai e pastor da Igreja do Senhor, servindo na IPB, em João Pessoa, Paraíba
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