Graça, combustível para prosseguir na caminhada



 
 
Leia o Salmo 13

Muitas vezes somos levados a pensar que tudo acabou, que não há mais solução, que estagnamos, chegamos num ponto sem volta, sem solução. Nesses momentos, tudo parece perdido. Ficamos sem rumo, sem norte, sem chão. E curiosamente é exatamente aí que os amigos parecem sumir, as esperanças se esvaem e ficamos em total desespero.

 Tenho certeza que você já passou por isso, já esteve completamente ilhado, desolado, perdido. Talvez esteja assim agora! Talvez olhe para o lado e não veja ninguém, peça ajuda e não seja ouvido. Seja qual for a razão (cada um tem seus motivos de sofrimento e não nos cabe julgar as dores de ninguém), sejam dívidas, depressão, fim de relacionamento, decepções, ansiedade ou que for, isso geralmente nos faz chegar aos mais profundos vales emocionais.

Nalguns momentos pessoas querem ajudar e vem com jargões de fé que mais cooperam para nos afundar. Coisas do tipo “filhos de Deus não podem ser derrotados”, “você não foi ungido para perder” são ditas com o objetivo de ajudar, mas apenas lançam nossa alma em um poço de aflição e sentimento de culpa ou criam uma neura quanto a nossa filiação divina.

Você já leu o Salmo 13. Um texto extremamente ‘depressivo’ ou que evidencia um Davi no poço, na lama, no breu. “Até quando, Senhor? Esquecer-te-ás de mim para sempre? Até quando estarei relutando dentro em minha alma com tristeza no coração cada dia? Gente esse é Davi, o grande rei de Israel , o homem segundo o coração de Deus. Ele está DESESPERADO, AFLITO, PERDIDO, PERTURBADO!

 Quantas vezes não choramos, clamamos e ainda sim sentimo-nos sós? Meus queridos, carecemos não de jargões, mas mãos que se estendem! Braços que abraçam! Carecemos de cuidadores da alma, usados pelo Senhor!

Diversas vezes sofremos em imensa solidão, sem amigos, sem mãos, sem braços, sem abraços. Nessas horas é preciso entender o que chamo de ‘didática do choro’. É momento de compreender que quando estamos mais humilhados, contritos, moídos, mais angustiados é que somos levados como Davi, a entender que “No tocante a mim, confio na tua graça; alegre-se o meu coração na tua salvação”.  Como Paulo, nessas horas entendemos que o “poder se aperfeiçoa na fraqueza”.

Quando a dor nos solapa a sanidade, quando a alma é devastada pelo sofrimento, é fundamental recorrer a graça de Deus e nela, apenas nela encontrar o combustível do RECOMEÇO! Deus em sua bondade e misericórdia sara nossas dores, cuida das feridas mais purulentas de nossa alma e nos faz recomeçar!

Todas as vezes que as dores forem muitas, que os dissabores forem insuportáveis, choremos, clamemos, gritemos ante a face do Senhor, do Pastor, do Pai e então, como o salmista poderemos dizer: “Cantarei ao Senhor, porquanto me tem feito muito bem”.

Há um tempo, durante um período de muita dor e sofrimento escrevi um poema no qual a mais importante certeza pululava em minha alma e trazia consolo, paz e esperança.  Um trecho dele diz assim:

Quando a dor é imensa, quando todos se vão;
Quando a alma está só e não há proteção;
Quando não vejo sequer a mão de um irmão;
Quando em amigos não há solução.

Tu vens Senhor, me cuidas;
Tu vens Senhor, me amas;
Tu vens Senhor me honras;
Só tu Senhor! Só tu Senhor!

Nenhuma caminhada, nenhum recomeço será sem que antes nos lancemos humilhados e dependentes nos braços do nosso Deus de amor!



Pr. Ricardo Jorge Pereira (Caco)
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