Esse
não é um texto agradável. Ao menos não é escrito para agradar. É na verdade uma
confissão, ou um amontoado delas. É também, de certo modo, uma denúncia contra
o que chamo de ‘santarrice travestida de piedade’. Em última análise, é um
convite. Sim, um convite.
Eu
sou um pecador miserável. Travo diariamente lutas dentro
de mim contra o que de pior há em mim mesmo. E por ser quem sou, muitas vezes
perco as batalhas diárias. Magoo a mim mesmo, àqueles que amo e acima de tudo,
entristeço ao meu Senhor. Não me orgulho disso. Sou um pecador, o
pior deles! Arrependido, porém ainda pecador!
Muitas
vezes me vi ainda me enxergo indigno de sequer ser chamado de cristão. Por ser
assim, encontro-me incapaz, incompetente e completamente imerecedor de
proclamar os maravilhosos feitos do Senhor! Sou muitas vezes vil, sujo
moralmente, duro em agir contra o Grande Rei. Meu coração é
desesperadamente corrupto e muitas vezes se apressa para o mal. Por muitas
vezes, o bem que almejo fazer e que sei ser agradável ao Senhor, não me é
assim, e por isso prefiro o mal!
Não
quero, não vou e não preciso listar os meus ‘piores pecados’. Primeiro e acima
de tudo, porque conheço e vivencio a real dimensão do que é ser perdoado.
Segundo, porque não é este o objetivo do texto. Terceiro, porque todos os
pecados são ‘piores’ diante de Deus. Mas quero asseverar que sou o pior dos
pecadores! Se fosse um dos personagens da parábola do fariseu e do publicano
(Lucas 18:9-17), tenham certeza que estaria bradando: Ó Senhor, sê
propicio a mim pecador! Ou estaria como Isaías dizendo que sou um
homem de lábios impuros, que habito no meio de um povo de impuros lábios
(Isaías 6). Sim,
essas são minhas confissões!
MAS, Cristo
veio ao mundo para salvar os pecadores, dois quais eu sou o pior! SIM, fui
alcançado, perdoado, moído, transformado e estou sendo santificado pela GRAÇA do SUPREMO
PASTOR! E vivo agora ‘entre dois mundos’, numa luta constante entre os dois
‘eu’. Ainda sou o pior dos pecadores, mas já sou uma ovelha do Senhor! E não há
absolutamente nada que eu ou qualquer outra pessoa façamos que mude isso. Eu pertenço a Cristo!
O
sistema religioso vigente é incapaz de conviver piedosa,
pastoral e amorosamente com a realidade de que, embora sejamos novas criaturas,
ainda somos miseráveis pecadores. O sistema religioso oprime, aprisiona, faz
sofrer e ‘morrer’ a fé de gente que embora ame ao Senhor, ainda luta
desesperadamente para resistir aos ‘prazeres do pecado’.
A
igreja fabrica adeptos ao sistema. Pessoas se convertem, mas não a Cristo e sim
a um amontado de regras, ditames, procedimentos, normas, cláusulas, confissões,
enfim, líderes conduzem ovelhas ao que chamo de ‘matadouro do igrejismo’.
Quando deveriam apenas conduzi-las, pela Palavra ao trono do Grande Rei.
Vivenciamos
uma época de ‘santarrice travestida de piedade’ e não de busca pela santidade.
Não toque isso, não coma aquilo, não ouça tal música, são formas de prender, de
controlar, de aprisionar as ovelhas que foram chamadas à conhecer e serem
libertas pela Verdade.
Conheço
pessoas que amam de verdade ao Senhor, mas estão entristecidas, maltratadas,
‘jogadas’ na sarjeta da fé, pelo simples fato de que não se enquadram mais nos
padrões. Eles cometeram alguns dos pecados ‘imperdoáveis’ pela igreja ou se
opuseram ao compasso, ao sistema (o que é um pecado ‘imperdoável’). Agora são
indignos, incapazes, descartáveis. São seres abjetos, indesejados, nocivos...
Na melhor das hipóteses, são crentes de ‘segunda linha’, afinal de contas, não
poderão ser exemplo para o rebanho, é o que dizem os mestres santarrões.
Davi,
Abraão, Pedro, Sansão, Salomão estariam nesse time. Eles não caberiam na igreja
dos santarrões! Ah! E se você é um
desses santarrões, fique tranquilo, esse texto é uma denúncia contra você. Sim,
contra você que é hipócrita, dissimulado, sorrateiro e que se orgulha de ser
assim.
Eu
sou um pecador miserável. O pior dentre todos os meus irmãos.
Até outro dia era apenas um pobre pecador. Eu era perdido sem Deus... Mas Jesus
estendeu a Sua mão para mim. Hoje, apesar de ser quem sou, vivo pelo que Cristo
É em mim.
E você,
quem é? Se sua resposta for: Sou um exemplo de homem, um
cristão digno de respeito e merecedor de honras... Faça-me um favor, feche a
aba do seu navegador. Não continue a leitura. Viva no seu maravilhoso mundo da
‘Hipocritolândia’.
Mas
se assim como eu, você dirá que é o principal dos pecadores, continue a leitura.
Se
você se
vê indigno, sem merecimento, sem virtude que lhe assegure qualquer direito
diante do Grande Rei. Se você luta diariamente contra os pecados que lhe
perseguem a alma. Se você não cabe nesse sistema de santarrice, de culto aos
padrões do igrejismo, se é tido como ‘um crente de segunda linha’, alguém cujos
dons e talentos são desprezados em virtude da falta de perdão humano para
pecados pelos quais Cristo pagou um alto preço, se você é um ‘ponto fora da
curva’, tenho
um convite para você.
Vamos
caminhar juntos! Sim, Eu pecador, o pior dentre eles,
sou pastor, mas só quero sê-lo de pessoas olham para dentro de si e reconhecem
sua total incapacidade de adentrar no Santo dos Santos e adorar ao Grande Rei.
Pessoas que não veem em si mérito, virtude, bondade ou qualquer outro atributo
que lhe assegure alguma relação especial com Deus. Quero ser pastor de gente
que se olha e diz CRISTO, SOMENTE CRISTO É BOM, eu sou o pior dos
pecadores!
Quero
andar com a escória, com a ‘palha da sociedade’, com aqueles de quem a igreja
tem escondido o rosto. Quero
andar e cuidar de todos, não importa quem são, quais experiências viveram,
quais dores carregam na alma, quais pecados cometeram, porque no final das
contas, cada um de nós é exatamente a mesma coisa: PECADOR! Somos
a escória, preferimos o pecado e apenas um, somente um poder dar ao homem SALVAÇÃO,
Cristo, Grande Rei!
Quero andar com pecadores que como eu, reconhecem suas mazelas, sua maldade, sua pecaminosidade e vivenciam a luta diária para suplantar o 'velho homem' e fazer vencedor o 'novo homem', forjado ao caráter de Cristo. Você é um pecador arrependido e em constante luta? Então esse convite é para você!
Estou
pronto a estender a mão, ajudar você a se erguer e a refazer seus caminhos. Meu
dedo não estará em riste apontando seu pecado (seja ele qual for). A Bíblia
fará isso e o Espírito lhe conduzirá. Minha mão não terá
pedras para atirar, afinal de contas, sou o pior dos pecadores. Quero
ser o instrumento pelo qual você ouvirá: ‘vá e não peques
mais’. Mas desejo também ser suporte, ser amigo, ser pastor, ser irmão para
chorar as suas dores, sorrir seus sorrisos e vivenciar a cada dia a maravilhosa
experiência de, sendo um miserável pecador, lembrar que pertencemos ao MISERICORDIOSO
SENHOR!
Não
me importa o seu pecado. Vou denunciá-lo por meio da Palavra!
Não
me importa seu pecado, vou amar você em obediência a Palavra!
Não
tenho pedras! Tenho mãos estendidas, braços e coração abertos!
Sou
pastor da Igreja do Redentor. Sou ovelha do Cristo que é Redentor
Do
Cristo que de mim, o maior pecador, fez pastor do rebanho do Senhor.
Eu
pior pecador, pastor dos piores pecadores!
Vamos
caminhar juntos?!
1 comments