Por esses dias um grande
nome da radiofonia de uma cidade “ali”, teve sua vida virada de “pernas pro ar”
ao ter um possível relacionamento homossexual exposto ao público. Houve publicização desnecessária, invasão da
vida familiar, enfim, todo um enredo sensacionalista e cruel. A história tem
contornos de novela, pois o tal comunicador faz a linha “machão homofóbico”,
moralista, defensor da moral e dos bons costumes, sem, contudo, deixar se
apresentar como machista com ares de pegador. Enfim, típico de um folhetim das
21h.
Sinceramente, pouco me
importa a vida sexual de qualquer pessoa. Não tenho a menor pretensão de
averiguar as condutas de ninguém, exceto as dos meus filhos, a quem devo
ensinar a serem homens de bem, cidadãos decentes. E isso até que eles se tornem
responsáveis por suas escolhas e posturas.
Tenho sim opiniões
fundamentadas na minha fé conservadora bíblica e cristã. Esses conceitos devem
delinear as minhas escolhas, pregação e a educação que dou aos meus meninos. Mas não me dão o
direito de ser desrespeitoso com o que o outro escolhe.
A história do comunicador de
seu “love proibido” só me serve para ilustrar o que já chamei antes “ConservadorismoHipócrita” da sociedade brasileira. Ela aponta para uma realidade bem presente.
Vivemos um cristianismo hipócrita, mentiroso e completamente
alheio às verdades da Escritura. Confundimos pregar a mensagem do evangelho,
com lançar no fogo do inferno quaisquer pessoas que não aceitam nossos padrões.
E o pior, fazemos questão de não esperar que as pessoas morram para chegarem
lá. Oferecemos nós mesmos as “amostras grátis” dos sofrimentos eternos. Somos
sim preconceituosos, acusadores, vis e hipócritas!
Ah! Antes que algum “defensor
da pregação” me acuse de apoiar a homossexualidade como escolha legítima, repito
que acredito na Bíblia como regra de fé e nela crendo, entendo que tal escolha
é pecaminosa. Assim como o adultério, a inveja, a mentira, a ira, a hipocrisia,
o machismo, o feminismo (comprei briga com algumas mulheres! Rsrs) a
violência...
Na verdade a discussão aqui
nem é sobre a homossexualidade ser ou não pecado. A minha fala é sobre essa santarrice, esse falso moralismo capaz de criar gradações de pecados. O mesmo cara que abomina homossexuais convive
tranquilamente com a corrupção política, com a morte de inocentes e com outros
crimes.
O pior ainda é: muitos
defensores absolutos da moral e dos bons costumes escondem verdadeiros cemitérios
em suas vidas. Homens vis, aos quais Jesus chamou de túmulos vazios, sepulcros
caiados, sinagogas de Satanás. Pessoas capazes de “pagarem de santinhas” mas
que vivem na verdade, grandes mentiras. HIPÓCRITAS!
Repito: Sinceramente não me
importa com o que essa ou aquela pessoa faz de sua vida pessoal. Então se o tal
comunicador tem suas preferências que as viva. É a vida dele, e dará contas
disso apenas a Deus e aos seus. Mas na boa, que abra mão de pousar de
santarrão, de fingir que é aquilo que de fato nunca foi.
Que tal fazer como Paulo, o
apóstolo e dizer que Cristo veio ao mundo para salvar pecadores dos quais ele
(Paulo) se considerava o principal? Ou olhar como Isaias e dizer: “Estou
perdido, sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros
lábios”... ?
Até quando preferiremos um
cristianismo tacanha, que não cuida, não ama, não evidencia o amor que prega?
Até quando manteremos os dedos apontados aos homens chamando-os de miseráveis
pecadores, sem, contudo, mostrar Cristo como Aquele que de fato transforma? Precisamos
mudar nossa fala e nossa prática.
Ei, senta aqui, somos todos miseráveis pecadores e carecemos do
perdão do Senhor. Vamos todos aos pés d’Aquele que pode nos transformar.
Coloquemos nossas mazelas diante d’Ele. Encontremos n’Ele a paz que tanto
almejamos, o perdão que não podemos comprar e a correção que nem queremos ter.
Ei falso moralista, dá uma
checada nos grandes nomes da fé. Sim, vai desde o Antigo Testamento. Nenhum dos
grandes nomes caberia no seu padrão moralista. Nenhum!
Sim, devemos pregar contra o
pecado. É nosso dever anunciar a verdade do evangelho e a vontade de Cristo.
Mas na boa, “vocês são a luz do mundo. Não dá para acender uma luz e colocar
debaixo da mesa, é preciso coloca-la em cima, num lugar alto, para que os
homens vejam as suas BOAS OBRAS (condutas, escolhas, decisões) e glorifiquem o
Pai de vocês que está nos céus”. Jesus Cristo, o Filho do Homem.
Por fim, as únicas diferenças
de alguém que vive uma moral de faz de conta e alguém que é completamente amoral
são: o segundo não precisa se preocupar com máscaras enquanto o primeiro não
pode pensar em sair sem elas; o segundo é mais confiável, afinal de contas,
ninguém se decepciona ao ser mordido por uma jararaca, mas quando o seu
bichinho de estimação lhe morde...
Caco Pereira
um pecador!
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