Por
esses dias tenho experimentado uma sensação estranha. A religiosidade criou uma
coisa meio louca na cabeça de muita gente.
Diversas pessoas têm determinadas práticas, tais como tomar um cálice de
vinho, um copo de cerveja, ouvir uma música “não cristã” (essa definição é meio
estranha, mas é a que temos) ou desejam outras coisas, como fazer uma tatuagem,
colocar um piercing, enfim escolhas que desagradam o pensamento religioso
comum. Mas o que essas pessoas têm com a
sensação ruim que estou sentindo?
TUDO!
Como assim? Explicarei.
PODE ISSO PASTOR? Quando
sou indagado sobre essas coisas ou quaisquer outros assuntos respondo buscando “luz
das Escrituras” e tento ser o mais sincero possível nas minhas
colocações. Quando você me questionar se é pecado fazer algo da lista acima, me
ouvirá dizer: “PODE SER QUE SIM OU QUE
NÃO”. Não posso taxar de pecado aquilo que a Escritura não taxa. Não tenho
o direito de atribuir ao Diabo o que a Bíblia não o faz. Isso deveria ser uma
questão simples e a coisa seria então tratada com equilíbrio temor do Senhor
Deus. Mas infelizmente não é assim. Os cristãos,
principalmente os evangélicos tem uma necessidade de fugir das suas vontades
dando ao Diabo aquilo que não é dele.
Pessoas
tem vontade de ouvir Renato Russo, por exemplo, mas querem ser freadas em suas
vontades ouvindo o pastor dizer que é pecado. O pior é que conseguem se
submeter a líderes que deturpam a Palavra de Deus para dizer isso. E
tornam-se zumbis de uma religiosidade que nada mais é que asceticismo fingido. Essas sentem a imensa necessidade de viver acorrentadas a um sistema religioso vil e cruel. Ainda dizem que isso é santidade. Não é, isso no mínimo
é santarrice. E isso apenas afasta o homem de Deus, tornando os
líderes numa uma espécie de “semideuses” donos da verdade, de uma verdade que
eles mesmos criaram como instrumento de manipulação do outro.
Outras
pessoas querem ir a festas, beber, se tatuar, colocar piercing, ouvir música,
enfim, fazer tudo isso. E farão! Uns moderadamente, outros como ímpios
travestidos de “crentes”. Mas esperam ansiosamente ouvir que estão pecando.
Eles desejam que reverbere de modo cruel em seus ouvidos que todas as práticas citadas são pecaminosas.
E quando ouvirem isso da boca de seus líderes manipuladores ou manipulados dos
santarrões, mesmo quando isso doer em seus ouvidos, eles beberão, ouvirão,
tatuarão e farão tudo aquilo que consideram pecado. Adoram essa “clandestinidade gospel”. O nome
disso é HIPOCRISIA! Simples, nua e crua!
Ah!
Mas há pastores que ainda querem o equilíbrio, buscam a moderação, o pastoreio
bíblico. E esses homens dirão que tudo isso pode ser pecaminoso ou não. Quererão
conduzir a Igreja tendo a Escritura como guia. E o que acontecerá? Eles dirão
que não tem autorização para criar uma lista de pecados extra bíblicos.
Conduzirão o rebanho de Deus segundo a Voz do Pastor. E? E serão taxados de
liberais demais (mesmo que nem entendam o que de fato é ser liberal), de aberto
demais, de moderninho demais. Pastores assim acabam não servindo para muitas de
nossas igrejas.
Mas por quê? Pelo simples fato de que não estão dispostos a PROIBIR POR
PROIBIR!
E o que se pode fazer em relação a isso? PREGAR
A PALAVRA! Ensinar com sobriedade e verdade. Quando um pregador anuncia
fielmente a Bíblia e conduz vidas à convicção de que elas têm a responsabilidade
de tomar decisões e fazer escolhas como cristãs, e que isso dirá muito acerca
de sua vida com Deus, esse pregador corre o enorme risco de vê-las
insatisfeitas porque carecem ouvir que tudo é do Diabo, mas também de deixar
pessoas muito a vontade para pecar deliberadamente. Ele perceberá, no entanto, que
outras entenderão a mensagem e honrarão ao Senhor através de suas escolhas.
Cabe então ao pregador apenas uma coisa: PREGAR
FIELMENTE! Essa fiel pregação é antes
de tudo, para que o nome do Senhor seja glorificado! Como consequência disso, a
Igreja d’Ele será edificada.
Cada cristão deve fazer suas escolhas tendo a Palavra de
Deus como guia. Precisamos abrir mão dos julgamentos conforme os nossos parâmetros. Padrões religiosos são mutáveis, culturais e negociáveis. Verdades
bíblicas, normas da Escritura, essa sim são imutáveis. Que a Bíblia determine
nossas escolhas.
Um abraço,
Caco Pereira
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