Copa
das Confederações? Seleção Brasileira? Não. Essa não é a puta nem mesmo
em grandes jornais esportivos. Um deles saiu com um editorial sobre os
movimentos. Hoje se discutem as manifestações em todo país. Frases como
“O Gigante Acordou” tomam conta dos noticiários.
Despertei
pra vida política desse país no Movimento Estudantil. Fui presidente de Grêmio,
fui pra rua, liderei protesto, fiz discurso. Estive em Congresso da UNE.
Percebi muita gente que queria a mudança, mas também vi uma porção de
oportunistas, vigaristas travestidos de boas intenções. É eles estão lá. Sempre
estiveram! Conseguem proeminência, reconhecimento, fama e tornam-se vereadores,
deputados, governadores e houve alguns que foram feitos presidentes da nação.
Olhem para a história. Vejam onde estavam José Serra, Mercadante, Dirceu,
Genoíno, Dilma, Fernando Henrique Cardoso, Lula e tantos outros nos anos
passados.
Muita
gente vai para essas manifestações apenas pelo “barulho”, pelo grito, pela
necessidade de não sentir-se nulo em uma sociedade que cada vez mais anula o
direito. E essa gente é mais fácil de manobrar. Ela é meio “zumbídica”, ela
grita, chora, se emociona e clama por um “novo resgatador social”,
sempre de acordo com o que o “líder da coisa” manda. E no próximo ano elege um
“novo velho oportunista”. Anos depois protestará contra ele. Assim como eu fiz
com Lula! Assim como muitos fizemos com o PT!
Há
também os baderneiros, os que eram chamados de “porra louca”. Esses aí não
estão preocupados com o futuro da nação. Querem mais é quebrar, destruir e até
roubar! Eles são os grandes “babacas” do movimento. Conseguem manchar qualquer
ato. Mas são muito úteis nas mãos dos vigaristas que querem chegar ao poder.
Lembro-me de que quando fazia movimento estudantil uns anos atrás, em uma
determinada passeata contra o aumento das passagens, ao descer do trio em que
acabara de fazer minha fala vi um deputado estadual incitando uns
“companheiros” a jogarem pedra contra a prefeitura da cidade. Eu disse:
- O que é
isso deputado?
- Ele
respondeu: É o movimento companheiro, é o movimento!
Naquele
dia começaram a cair minhas ilusões. Eu era apenas massa no bolo! O tal
deputado tornou-se depois prefeito da cidade e em seguida governador do Estado.
E aqueles “companheiros”? Devem está jogando pedra mediante ordem de outro
“companheiro”.
Ah! Mas há sim um povo decente que está
cada vez mais politizado e que quer dar um basta nessa corrupção toda! Tenho
plena convicção e lágrimas nos olhos por acreditar que o MOVIMENTO não é mais
apenas estudantil, não é de um setor apenas, é um MOVIMENTO DE UM GIGANTE.
Alegro-me intensamente ao perceber que agora parece que o povo entendeu que
essa é uma luta de filhos que não fogem e que amam essa terra gigante pela
própria natureza!
Tenho
plena certeza que é possível lançar de lado os oportunistas, vigaristas e
baderneiros. Creio que é possível deixar as bandeiras partidárias e erguer com
amor “o lindo pendão da esperança, o símbolo augusto da paz”! Paz que tanto
almejamos para uma nação que é gigante e pela qual devemos lutar! É sim
possível hoje que nossas mãos ergam apenas o “pavilhão da justiça e do amor!
Recebe o afeto que se encerra em nosso peito juvenil, querido símbolo da terra,
da amada terra do Brasil”.
Sim é
hoje o dia, é esse o tempo em que o movimento é muito maior do que contra o
aumento de passagens, contra políticos corruptos. Na verdade é um movimento
contra tudo que é gratuito e feio, como bem cantou um certo Renato. É hora de
ter nos olhos uma lágrima verdadeira e não mais celebrarmos a estupidez. É a vez
de cantar um hino à Liberdade dessa nação. É chegado o tempo de buscar uma
pátria livre e se preciso for morrer por isso, que assim seja! Mas que como
disse um poeta, que o façamos com rosas e não armas nas mãos. É hora de
caminhar, cantar e seguir a canção nas escolas, nas ruas, nos campos, onde
for... É preciso dizer que assim como está, pode até ser o país do futebol, mas
não é o nosso país!
Quero
voltar à rua, quero chorar outra vez pela luta de um povo que geme! Mas que a
luta seja contra tudo que nos torna um país de tolos. Quero dizer um basta a
corrupção não apenas dos políticos, mas também do jeitinho brasileiro. Quero
protestar contra uma mídia parcial e serviçal dos poderosos, quero protestar
contra eleitores tão corruptos como os eleitos. Quero gritar contra mim mesmo
que não tenho contribuído para sermos um país de fato livre!
Se não
for assim não valerá a pena lutar, se não for assim teremos sido apenas massa
do bolo manobrado para engordar os novos corruptos travestidos das velhas e
mesmas lutas de um povo que terá mais uma vez sido tolo.
Vamos
pra rua com a cara nua e sem vergonha, porém corados de vergonha de ser o que
temos sido. Saiamos movidos pelo desejo de ser uma pátria livre e
decente!
Vem pra
rua?
Caco
Pereira
Voltando
pra rua!
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