Quero publicar novamente um texto postado ano passado...Creio que será relevante!
Quero prestar uma
homenagem a alguém muito especial. Meu amigo, irmão, ovelha, Davi. Ele tem 28 anos, é uma figura. Joga futebol, brinca, é um cristão comprometido, é
inteligente, doce, amável.
Davi gosta de paquerar,
adora recolher os copinhos logo depois da celebração da Ceia. Ama futebol,
embora não tenha um bom gosto, é vascaíno. Tem sempre um sorriso no rosto,
exceto quando é substituído no campo. Sabe abraçar, sabe como extrair um
sorriso de alguém e consegue ser amado pelo simples fato de amar. Ah! Ia esquecendo, o Davi tem Síndrome de
Down. Mas isso nem é tão importante, o que é
crucial mesmo é saber quem ele é e o que significa tê-lo em nosso meio.
Desde o primeiro encontro
com Davi decidi que o trataria como diferente, mas não como incapaz. Sim, como
diferente porque ninguém é igual. Cada um tem suas marcas pessoais, seus
defeitos e virtudes. Na Comunidade Presbiteriana de Conde ele é um membro como
outro qualquer, no rebanho ele é ovelha como todas as demais. É tão precioso
para Deus quanto qualquer outro.
Aqui Davi é tratado de
acordo com suas peculiaridades. Suas posturas inadequadas são corrigidas como
as dos demais, seus acertos são reconhecidos como os dos outros. Mas aqui não o
vemos como coitadinho. Ele não é!
Davi é limitado em algumas coisas e
reconhecemos isso, e você não é?
Hoje é o dia Internacional
da Síndrome de Down. Comecei falando sobre o Davi porque queria que você
pensasse um pouco sobre a forma que olha quando vê um “Down”. Geralmente as
pessoas sentem “pena”. Outras são mais preconceituosas ainda e os tratam com
desdém, com desrespeito.
Pessoas com Down não são
menos importantes do que os “normais”. Afinal de contas, quem é normal? Elas
são gente e querem ser tratadas assim. Não querem ser vistas como coitadinhas.
Definitivamente, elas não são. Como eu e você, carecem de amor, carinho,
dedicação, normas, limites, aplausos, reclamações, sorrisos, oportunidades...
Então meu caro amigo, por
favor não imagine que quem tem Down é um doente e que a “doença” dele pode lhe
fazer mal. Na verdade, o doente é você. Procure imediatamente um
tratamento adequado. Quando ficar curado você perceberá como é bom amar.
Cada vez que abraço ou sou abraçado
pelo Davi sinto amor, carinho e respeito. Quando ele vem brincado e me chama de
“Gordo Fraco” logo após me vencer em uma “queda de braços” ou ao fazer um gol
durante nossos jogos, percebo como Deus foi bondoso comigo ao colocar Davi em
minha vida.
Obrigado meu Deus porque através de Davi o
Senhor mostra-me como sou limitado.
21 de Março - Dia
Internacional da Síndrome de Down
Deus nos cuide!
Um abraço,
Pr. Caco
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