(Desenho de Salvador Dali)
Ter
espírito fraterno, brando e sensível hoje é muito fácil. Ir a missas,
procissões, cultos ou outras diversas programações alusivas ao período pascal é
“moleza”. Fazer jejuns disso ou daquilo é a praxe da época. Postar fotos meigas
ou com retratos dolorosos da morte de Cristo também é muito fácil. Dar e
receber ovos de chocolate é bom “pra mais de metro”. Mas isso apenas revela superficialidade de um cristianismo capenga, meramente ritual e bastante irrelevante.
Comemorar
a morte e ressurreição de Cristo num dia e no outro viver desgraçadamente nos
torna hipócritas sem Deus, sem rumo e sem fé! E sejamos bem sinceros, um
cristianismo que sobrevive de duas festas anuais que na verdade, há muito foram
transformadas em COMÉRCIO, não é nem de perto o que o Senhor recomendou aos
seus discípulos no “Sermão do Monte” (Mateus 5 – 7).
Não
tenho nada contra ovos de chocolate (podem presentear-me). Mas a cada ano
sinto-me mais triste com a postura distante de Deus que temos tomado.
Entristeço-me ao ver que pessoas que se dizem cristãs insistam em dar “a cruz ao
coelho”, tirando dela o Cordeiro!
A Igreja que se diz de Cristo há muito esqueceu
que não é um coelho mutante (que põe ovos) o símbolo da Páscoa. A Libertação
real tem pão e vinho como símbolos. Mas não um mero pão feito de trigo, um pão
Vivo que desceu do céu. O vinho não é o da videira perecível, mas o da Videira
Verdadeira (João 15). O sangue
perfeito que correu nas veias do Homem Perfeito (João 6.22-40) foi derramado por causa de miseráveis que nada
merecemos.
Se querem tanto um “animal” para a páscoa, tirem
os olhos do coelho e olhem fixamente para o Cordeiro Santo de Deus que tira o
pecado do mundo (João 1.29)! Ele sim
o Cordeiro, é o verdadeiro símbolo da Páscoa! Ele sim trouxe uma nova vida,
trouxe libertação. Essa páscoa não está à venda nas prateleiras
dos supermercados, nas conveniências ou nos shopping center da vida. Essa
Páscoa não é comercial e não acaba no domingo da Ressurreição.
Infelizmente os cristãos ainda querem ficar
presos a costumes antigos ou se pegar novas “ondas” do Comércio, mas não são capazes
de como livres, viver a Páscoa do Cordeiro que esteve morto e agora ESTÁ VIVO.
Para nossa tristeza, o cristianismo tem sido irrelevante porque a morte e ressurreição de Cristo não tem mudado a vida de muitos que se dizem "do Caminho". Não há mais amor, amizade, respeito, alegria fé. NÃO EXISTE ADORAÇÃO AO CORDEIRO! O que existe é um povo ensimesmado, egoísta, existencialista, antropocêntrico e completamente alheio a Deus. Onde está esse povo? Vai no culto domingo a noite ou na missa. O povo está lá, cantando, chorando e dizendo glória a Deus que ressuscitou o filho. Mas da segunda feira em diante, esse mesmo povo passará o resto do ano "gritando: CRUCIFICA-O". Um povo que se diz livre, mas vive como escravo. Uma gente que grita aleluia, hosana ao que vem em nome do Senhor, mas que não ama ao próximo, que pisa no seu semelhante e depois "paga o dízimo" ou faz um jejum para "amenizar a ira de Deus". Pessoas que se dizem libertas, mas que nunca conheceram a liberdade.
A liberdade cristã exige mais do que um período
de contrição, jejuns, cultos, missas, ritos. A páscoa do Cristianismo só existe
porque o Cordeiro nos libertou e por isso, somos verdadeiramente livres. Livres
da acusação e condenação eternas (João
8.32). Livres para viver uma NOVA VIDA COMO, NOVAS CRIATURAS (2 Coríntios 5.17). E ser nova criatura
não resume-se a poucos dias, mas a uma
vida inteira. A liberdade do cristianismo não está pautada em jejuns, festas,
ritos, presentes, ovos de chocolate. Está firmada exclusivamente na Páscoa
outorgada pelo Cordeiro que esteve morto e reviveu e com seu sangue comprou
para si, gente que procede de toda língua, tribo, povo e nação (Apocalipse 5.9).
E esse Cordeiro não quer menos do que sua vida inteira dedicada a Ele. Cristo não contenta-se com seus feriados, com seu dízimo, com jejuns, missas, cultos, procissões. Aliás, muito disso ele NÃO QUER. Paulo entendeu bem a vontade de Cristo e pediu: "Rogo-vos irmãos que apresenteis OS VOSSOS CORPOS (a totalidade de sua vida) como sacrifício VIVO, SANTO E AGRADÁVEL A DEUS, que o culto racional de vocês". Jesus quer que nossa vida, nossas amizades, nossa alegria mais intensa, nosso prazer mais real, nosso amor mais sincero, nossas relações mais dignas sejam dedicadas a Ele como CULTO. Isso é muito mais que um ritual ou uma festa anual.
Páscoa de poucos dias é lixo, é comércio, é tradição capenga! Festa que não nos transforma em pessoas diferentes a cada dia, que não muda nossa existência é só
um feriado com uma “dietinha” no meio. Dietinha quebrada por deliciosos
chocolates. Páscoa real nos amolda ao caráter do Cordeiro.
Que Deus nos abençoe e nos faça viver diariamente
sob a intensa convicção de que Cristo se entregou por nós, esteve morto e
reviveu! E com essa certeza em mente, sejamos CRISTÃOS DE ATO, PORQUE O MUNDO
ESTÁ CANSADO DE CRISTÃOS BARATOS.
Um grande braço!
Pr. Caco
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