QUEREMOS O EVANGELHO!


Esses dias em um bate-papo com os jovens da Comunidade Presbiteriana de Conde, falei abertamente (como sempre) sobre a situação da música gospel. Saí dessa conversa com uma sensação de que ainda é possível viver e cantar o Evangelho com simplicidade, profundidade e verdade.
Tive a certeza que não precisamos ficar “escravos” de certas músicas e de “artistas” que apenas desonram o caráter do Deus Vivo e Verdadeiro. Ficou nítido que aquela galera está de “saco cheio” de exigências ao Soberano, de determinações, de conquistas, de unções, de caçadores de unção, de declarações e adorações que de proféticas não tem nada.
Existe muita gente sim que não suporta mais esse bacanal da gospelândia. Existem servos e servas do Senhor Deus que ainda querem BOA MÚSICA! Essas pessoas não estão dispostas a encher os bolsos de “levitas” que nada mais são do que amantes dos seus próprios bolsos e egos.
É impossível ligar o rádio e sintonizar nas rádios “gospel” e não ficar enojado com tanto esterco cantado, com tanto esgoto exposto de formal tão cruel. As cópias mal feitas da parte ruim da música não evangélica domina o universo gospel. A teologia podre e fétida da prosperidade, das unções, dos gritos, das línguas, das conquistas, das curas, domina o mundo gospel e o torna cada vez mais asqueroso e banal.
Não existem ritmos sagrados. Essa não é a discussão. O problema é a fidelidade escriturística. Uma das músicas mais cantadas hoje, fala da morte de Lázaro e traz a tona um desejo ensandecido de que Deus ressuscite sonhos, remova uma tal pedra, chame-a para fora, ressuscite-a... Enfim, a música é uma deturpação TOTAL do texto bíblico, que é utilizado totalmente fora do contexto e que leva as pessoas ao emocionalismo tosco e Jesus a um status de “ressuscitador de plantão”.
Jesus não deve ser apresentado como uma espécie de curandeiro, de realizador de projetos, de sonhos... Cristo é Senhor absoluto de todas as coisas, é assim que deve ser cantado. Não! O texto da ressurreição de Lázaro não pode ser cantado de forma simbólica sobre minha vida emocional, financeira, amorosa ou o raio que seja! Isso é uma apropriação indevida da Bíblia.
Deus deve ser adorado de acordo com a Escritura e não com o egocentrismo humano, não com os anseios egoístas de pessoas que só querem um “deus” que lhes alimente os bolsos, lhes cure e lhes encha de um poder mentiroso para viver um falso evangelho. O caráter de Deus, seu poder, sua majestade, santidade, honra, misericórdia, justiça...Enfim O QUE ELE É, deve ser cantado.

Não posso cantar músicas de pessoas que brincam com a fé e com a saúde emocional dos outros (entenda o que disse, ouça a faixa cinco “cântico espontâneo” do CD “Nos Braços do Pai” – Diante do Trono 5). Não posso reproduzir e divulgar artistas que vão a programas em rede nacional e propagam o pluralismo religioso. É impossível fazer parte desse “Caldeirão”. Não creio nesse festival de “Promessas” da gospelândia. Chega desse bacanal! Quero o EVANGELHO!

Em face disso tudo tomamos uma decisão: Em alguns dias (tempo de ensaios, escolhas de repertório e instrução) a Comunidade Presbiteriana de Conde NÃO CANTARÁ MAIS nada do Diante do Trono, Fernando Brum, Toque no Altar, Fernandinho, Aline Barros e muitos outros “artistas”. Não, essa não é uma atitude de superioridade, de autossuficiência, ou de qualquer coisa do gênero. É na verdade uma busca pela fidelidade ao texto bíblico e a conduta cristã séria. Estamos cansados desse evangelho barato, que torna Deus um escravo do ego humano, uma espécie de garçom nesse bacanal da "gospelândia". Enfim, queremos O EVANGELHO.

QUE DEUS ACEITE NOSSO LOUVOR!

Pr. Caco Pereira

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