Reforma? Reforma JÁ!

São 493 anos desde que Marinho Lutero, apregoou nas portas da Catedral de Witemberg as suas 95 teses, fazendo estourar na Europa a Reforma pela qual a Igreja de Deus clamava. Antes e depois daquele dia, muitos cristãos com sangue, gemidos, dores, orações e muito prazer em servir ao Deus vivo e verdadeiro marcaram as páginas da história da Igreja. Hoje, como resultado das muitas lutas daqueles homens e mulheres de Deus, milhões de pessoas tem acesso a Escritura Sagrada, podem ouvir e falar livremente acerca da fé bíblica. Mas ao refletir sobre a Reforma, seus ideais, lutas, o zelo dos reformadores, o amor à Escritura, enfim, ao pensar sobre tudo que a ela representa, será que podemos sentir-nos confortáveis com as escolhas da Igreja Brasileira?
A cada dia sinto-me mais envergonhado ao ler sobre a igreja “evangélica” brasileira e seus líderes corruptos, gananciosos. Homens que não pensam muito antes de lançar suas campanhas mentirosas em busca do dinheiro dos idiotas úteis, que na verdade, são tão interesseiros quantos os tais “pastores, bispos, apóstolos, patriarcas, vice-deuses – será que já existem?”; pastores que a si mesmo se apascentam, espalhando suas sujeiras morais, bajuladores desgraçados (Leia Judas).
As atuais eleições mostram que esses crápulas não hesitam em se associar a agremiações políticas (não sou contra, mas abomino a manipulação do povo por parte de tais líderes) e, dizendo-se vozes oficiais do povo de Deus, proclamam as vitórias daqueles que lhes “abençoam” com as melhores ofertas. O problema é que cada dito “servo” de Deus ou deus (Mamon) pronuncia a vitória de um candidato diferente do outro. Afinal quem fala em nome do Senhor? Nenhum! “Profetizam” em nome de si mesmos”, e o fazem apenas por amor ao dinheiro! São amantes do ter e se prostituem por isso.
As igrejas estão cada dias mais cheias de homens mortos, que são sepultados por sermões cheios de emocionalismo, bravatas, falsas promessas e todo um leque de argumentos sórdidos e gananciosos, pronunciados pelos falsos profetas atuais; vestidos em “pele de cordeiro”, eles dizem frases de efeito, palavras bonitas e belos jargões. Esses falsos pastores atraem gente tão vil, frívola e gananciosa quanto eles.
Paul Washer disse em uma de suas pregações que falsos mestres são juízo de Deus sobre pessoas que não querem Deus. Concordo tranquilamente com ele. Assim sendo, digo sem medo de errar: NOSSO PAÍS PADECE NAS MÃOS DE FALSOS MESTRES QUE SÃO NADA MAIS, NADA MENOS, QUE O JUÍZO DE DEUS SOBRE UM POVO CORRUPTO!
Tem uma música do “profeta” Cazuza (Aí, os santarrões vão me adorar!) que fala um pouco do que sinto sobre a Igreja Brasileira. Em um dado momento de IDEOLOGIA ouço Meus inimigos estão no poder! Pois é, os mais vis, perniciosos, gananciosos e manipuladores líderes religiosos estão em grande ascensão no Brasil. Um oferece curas, outro promete: PARE DE SOFRER! Ainda há aquele que garante que Deus vai lhe dar a casa própria se por um ano você der uma espécie de dízimo extra ou título de capitalização celestial. Sinceramente? Faço oração imprecatória diariamente por eles.
Já disse isso, mas preciso repetir: “a Igreja, a noiva de Cristo, tem sido uma grande prostituta, uma vadia, daquelas que se deita com qualquer um, por qualquer preço, aliás, assim como Israel, ela mesma paga para que os homens se deitem com ela (Ezequiel 16.32-35). Ou será que correr em busca de uma teologia de prosperidade, amando as riquezas prometidas por prostíbulos que se dizem igrejas, não é adulterar contra o Marido que tanto lhe amou?E os pastores? O que são eles? “Os pastores tem sido verdadeiros cafetões, propagando mentiras, anunciando benesses, vitórias, curas... conduzindo a Igreja a deitar-se com os deuses de nosso tempo”.
Ser cristão é muito mais que ir ao culto algumas vezes por semana. Servir a Cristo não é um conjunto de regras, práticas e documentos a serem seguidos. Amar a Deus não é uma mudança de estereótipo, não é algo de fora pra fora, não é superficial! Salvação é a sobrenatural obra do Espírito Santo, promovendo uma radical mudança no interior de um pecador miserável, produzindo arrependimento sincero e plena convicção do perdão de Cristo. Conversão é o nascer de uma nova criatura! E esse novo ser quererá viver para a glória de Deus. Por isso, a igreja deve ser uma comunidade formada por indivíduos que não querem outra coisa, senão promover a glória do Deus vivo e verdadeiro.
Não me peçam para ser mais ameno em minhas palavras. Eu não serei! Não chamarei de meu irmão quem passa por mim e fala arrogantemente por eu não está de paletó e gravata no sábado de manhã (provavelmente não estarei em hora nenhuma – moro num país tropical, abençoado por Deus, bonito e agora A QUENTEEEEEEEEEE – Eita, mais um problema Jorge Bem Jor - rsrs).
Não é servo do senhor quem vive correndo atrás das “malafalhas” da vida e que “mais cedo” ou mais tarde transforma em “show” a fé e que, fica ensandecido nessa loucura “mundial sem poder de Deus” em busca de prosperidade, curas, línguas e libertação. ELES NAÕ SÃO MEUS IRMÃOS! E não posso ser ameno com falsos mestres e com seus súditos cegos.
Wycliffe, Huss, Knox, Lutero, Calvino, Melanchton e tantos outros servos de Cristo não lutaram piedosamente para que a Igreja de Deus estivesse mergulhada nessa podridão, nesse lamaçal de mentiras, prosperidades, interesses políticos e toda essa sordidez moral. Esses servos queriam que o povo de propriedade peculiar de Cristo (1Pe 2.9), tivesse a liberdade de viver norteado pela Palavra santificadora, de cultuar ao Deus vivo e verdadeiro, de oferecer-se como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Eles queriam que a noiva se preparasse para o Cordeiro.
Ah queridos irmãos! Não podemos ficar quietos, inertes, mudos diante da mazelificação da igreja. Não é direito nosso calar! Precisamos combater o mal com a Palavra da Verdade. Mesmo que isso nos faça perder honra, status, recursos. Por mais que sejamos chamados de intolerantes! Por mais que nos taxem como pessoas que não sabem conviver com as maneiras plurais da fé, mesmo que tenhamos de perder “família, bens, poder... por nós Jesus está, e nos dará seu Reino” (LUTERO).
Não quero ser parte dessa podridão! Prefiro ser tolhido por pregar a verdade do que, tendo o direito pleno pronunciar uma palavra contrária ao evangelho de Cristo. Não quero ser parte de uma prostituta vil e inescrupulosa que se diz noiva, mas nunca amou de verdade o Noivo. Quero uma Igreja Reformada, sempre se reformando. Uma Noiva governada pela Palavra, vivendo de fé em fé para a glória do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Um abraço entristecido, mas esperançoso!

Caco, o pastor!

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