NOIVA PROSTITUÍDA

Você já leu os livros proféticos? Já parou um pouco e percebeu a força das palavras dos profetas do Antigo Testamento acerca do pecado do povo de Deus? Esses servos do Senhor são muito fortes em suas colocações acerca da pecaminosidade daquela nação que se postava como “santa”. Em Oséias e Ezequiel, por exemplo, o povo de Deus é tratado como uma noiva, mas também como uma prostituta das mais vis. Quero que dedique alguns minutos de sua atenção para que juntos pensemos sobre as acusações de Israel e suas semelhanças com a Igreja de Deus em nossos dias.
O profeta Oséias recebeu uma missão no mínimo cruel. Ele teria que casar com uma prostituta (embora alguns achem que prostituição refira-se a prática cúltica, entendo que com relação a mulher, fala-se de entrega do corpo sim, embora não se exclua a primeira), sendo uma espécie de representação da relação entre Ele e o povo de Israel (Oséias 1.2-11). Logo no início do texto fica evidente que Deus faria grandes acusações contra o povo de Israel.
As acusações são diretas (capítulo 2), bem como a sentença condenatória (2-4). A infidelidade de Israel é chamada de prostituição e de vergonha. E o resultado disso é um completo imediato afastamento do Senhor, pois houve quebra da aliança do casamento. Israel escolheu ir atrás dos seus amantes (nações vizinhas, seus cultos, rituais e poder) e prostituir-se com eles, deixando de lado seu Esposo. O Senhor Deus foi traído em troca das falsas promessas de benesses materiais das divindades. O verso 5 diz que Israel andava em busca de comida, água, lã, linho, azeite e bebida. Deus escolheu um povo, tratou-o com amor, zelo, cuidado, proteção, pastoreio... Essa gente que experimentara as mais variadas bênçãos do Senhor trocou tudo pelas ilusões dos pagãos. Quando faz isso, Israel deixa de reconhecer que na verdade, tudo que tem foi dado pelo Deus que estabeleceu com ela um pacto. O trigo, o vinho e o azeite que agora a nação usava para sacrificar a Baal fora dada pelo Senhor!

Olhe e medite comigo um pouco, veja se as coisas não parecem a repetição de um mesmo filme, onde mudam os atores, o tempo, mas o enredo é o mesmo. Deus é o esposo traído por uma nação cruel que o abandona em busca das “benesses” dos falsos deuses. A Igreja hoje age exatamente como Israel, trocando tudo o que lhe foi dado pelo Senhor pelas promessas materiais. Sabe meu irmão, a Igreja, a noiva de Cristo, tem sido uma grande prostituta, uma vadia qualquer, daquelas que se deita com qualquer um, por qualquer preço, aliás, assim como Israel, ela mesma paga para que os homens se deitem com ela (Ezequiel 16.32-35). Ou será que correr em busca de uma teologia de prosperidade, amando as riquezas prometidas por prostíbulos que se dizem igrejas, não é adulterar contra o Marido que tanto lhe amou?
Outro dia ouvia Paul Washer em uma de suas exposições, e ele dizia que é muito perigoso pregar a Bíblia, pois ela é a Palavra de Deus e ai de quem não a anuncia com fidelidade. Reflito então: “Quantos ditos pastores não tem sido verdadeiros cafetões, propagando mentiras, anunciando benesses, vitórias, curas... conduzindo a Igreja a deitar-se com os deuses de nosso tempo”. Ah queridos pastores, que Deus nos livre de conduzirmos a noiva como uma prostituta! Oremos para que nós não tratemos com desonra aquela que deve ser honrada como NOIVA do CORDEIRO.
Aparentemente a arrogância de Israel é tão grande que eles achavam que podiam continuar seguindo a Deus enquanto se “deitavam” com baalins. No verso 11 Deus diz que acabaria com as alegrias e as festas cúlticas, com suas festas, luas novas e sábados e com todas as festas fixas (uma clara alusão ao cativeiro que viria). Israel pensava que podia aplacar a ira de Deus contra sua prostituição através das suas festas e sacrifícios. A Igreja é exatamente assim (repete-se o filme). Pecamos, pecamos, adulteramos contra nosso Esposo e depois achamos que é só levantar as mãos, pronunciar palavras bonitas, e ele irá render-se aos nossos “encantos”. Não queridos, Ele não ouve nossas orações cheias de prostituição, não nos atende, não acolhe, ao contrário, esconde de nós o rosto (Veja Isaías 1.2.-17)!
Uma das maiores prostituições da igreja chama-se denominacionalismo (antes que um neo-fariseu se levante, deixe-me explicar: falo apenas do amor exagerado a denominação que impede que olhemos uns para os outros e nos vejamos como irmãos em cristo, mas como “inimigos”). As pessoas amam mais uma placa de igreja do que a própria IGREJA e do que o NOIVO. Mais importante que adorar ao Senhor, proclamar o seu nome, cuidar das pessoas é fazer crescer o nome da instituição. Frases do tipo: “Um estado alcançado pelos presbiterianos, batistas, assembleianos...” são tão comuns quanto bisonhas e imorais. SINCERAMENTE, DANE-SE A EXPANSÃO EM NOME DO DENOMINACIONALISMO! (quando falo isso não desprezo a necessidade de pregação fiel e confessional. Sei que há denominações sérias e louvo ao Senhor por elas) Se minha evangelização resultar na salvação de almas, o que me importa se esses novos irmãos serão batistas, congregacionais... Por que tenho que exigir que sejam presbiterianos? Acaso há na glória placas? Nem estou dizendo que uma identificação teológica confessional não seja importante, mas que a denominação não é a NOIVA.
As vezes olho para o cenário atual e tenho vontade de gritar feito um louco nas portas das “igrejas”. O peito fica a ponto de explodir com o grito de larguem seus deuses falsos, deixem de lado os cafetões que lhe anunciam denominacionalismo, prosperidade, tradicionalismo, confissão positiva, teísmo aberto, triunfalismo, existencialismo, vitória e toda essa “desgraçada prostituição” que cobre a NOIVA de vergonha. Eles apenas a “agenciam” levando-a para seus bordéis, inebriando-a com suas “bebidas”, envolvendo-as com suas músicas suaves e tornando-lhe escravas de prazeres perniciosos. E cada dia mais distante do trono a NOIVA geme e chora enquanto se deita e se prostitui. O quadro é desolador!
Mas ainda há esperança para a NOIVA! Os versos 14-23 mostram isso de forma maravilhosa. Deus promete que apesar de toda a infidelidade, tratará com seu povo, agindo carinhosamente. A promessa é do estabelecimento da paz! Paz essa que virá quando o Senhor Jesus voltar para purificar a NOIVA, torná-la completamente sem mácula. Ah queridos! Esse dia chegará, e então viveremos em paz com o Cordeiro! Ele, o Senhor Deus disse a Israel (entenda-se Israel espiritual): “Eu me casarei com você para sempre; eu me casarei com justiça e retidão, com amor e compaixão. Eu me casarei com você com fidelidade e você reconhecerá o Senhor... tratarei com amor aquela chamei não-amada” (Oséias 2.19,20,23b)

Que o Noivo nos bendiga e logo nos livre da prostituição!


Pr. Caco

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