ALEGRIA JÁ!

A cidade de João Pessoa sempre tão acostumada com um sol esplêndido tem vivido dias sombrios, com muito frio e chuva. Olhamos para os céus e não conseguimos contemplar as enormes nuvens brancas passeando; há um clima tenso no ar. Mas daqui a pouco isso passa, volta tudo ao normal... Assim como a capital paraibana vive dias sem sol a Igreja de Cristo tem perdido um de seus maiores tesouros, A ALEGRIA! Parece que algumas nuvens escuras pairam sobre a NOIVA. Há certa tensão! Temos sempre motivos para reclamar, chorar, maldizer, enfim, estamos sempre meio “capengas”.
Lembro-me que um dos motivos pelos quais eu mais temia “virar crente” era o medo de me envolver com um povo triste, que não tinha prazer e que sempre vivia com aspecto carrancudo. Um dia fui convidado para um retiro espiritual da Igreja Presbiteriana da cidade de Patos. Lembro que disse para minha mãe: “Olhe, eu vou, mas tenho certeza que vou querer voltar no primeiro dia”. Bem, logo que chegamos lá, fui surpreendido, pois uma das primeiras atividades naquele encontro era JOGAR FUTSAL. Eu estava descobrindo que “crente” se divertia, tinha alegrias! Naqueles dias Cristo revelou-se Deus Salvador em minha vida, solapou-me da condenação eterna e deu-me o prazer de se FILHO.
Anos se passaram, mas aquela sensação de medo permanece muito presente em minha vida: estou envolvido com um povo triste, que não tem prazer e sempre vive de modo carrancudo! As vezes “testo” os ditos cristãos quando nos encontramos nas ruas da pequena cidade onde pastoreio e lhes pergunto: Oh meu irmão (ou irmã) você tá bem? Como anda a vida? As respostas via de regra são: “Óh pastor, vou levando a vida, é um sofrimento, uma prova!” Ou: “Tô aqui na luta carregando meu marido (esposa, filho, sogra, vizinho...) aquela cruz que Deus me deu”. Essas respostas e outras mais “duras de ouvir” são dadas com uma expressão facial de dor, sofrimento, desespero. Mas como pessoas que se dizem salvas pelo poder do sangue de Cristo, solapadas das garras do inferno, filhas de Deus... Como essas pessoas podem ter no rosto expressão de tristeza e dor? Porque “membros” do Corpo de Cristo são tão amargurados enquanto deveriam ser os mais felizes de todos os homens?
Sinceramente creio que isso passa pela falta de gratidão ao Senhor. Essa ingratidão gera uma teologia que faz com que as pessoas pensem cada vez menos nos motivos de serem alegres, vibrantes, constantes no Senhor e cada vez mais naquilo que lhes entristece causa dor e desespero. Além disso, a falta de reconhecimento muda completamente a relação do homem com Deus. As pessoas dão o dízimo, vão ao culto, fazem boas obras, evangelizam, enfim vivem o evangelho do “PARA RECEBER A BÊNÇÃO”. Já os corações gratos fazem todas essas coisas como “RESULTADO DAS BÊNÇÃOS JÁ RECEBIDAS!”
No salmo 34 Davi de forma magnífica pronuncia palavras de “bendizeres” ao Senhor Deus, exaltando-o como grandioso, cuidador, justo... O verso 5 desse texto é perfeito em beleza e carrega uma maravilhosa teologia quanto a perspectiva de vida dos servos de Deus: Os que olham para ele estão radiantes de alegria; seus rostos jamais mostrarão decepção.” O salmista diz de forma bastante simples que ser servo do Senhor é transbordar de alegria, de prazer, de motivação de vida. Por isso, não dá para conceber pessoas que se dizem servas do Deus da alegria e vivem em amargura.
S
ejamos um povo cujos rostos estão radiantes pela felicidade, pela alegria de ser filhos, de ter acesso, pastoreio, intimidade, vida eterna, perdão, paz... Carecemos com urgência aprender a ter prazer em ser quem somos, não por nós, mas por Aquele que nos amou de maneira imensurável. Agostinho dizia que “Deus tem mais prazer em nós quando temos mais prazer nEle!”. Essa é uma verdade que deveria nos fazer buscar o que Jonh Piper chama de “hedonismo cristão” (Leia o livro EM BUSCA DA FELICIDADE). Ter prazer em Deus e alegrá-lO por sermos felizes nEle deve ser um combustível fantástico para que vivamos com intensidade de gozo em todas as áreas da nossa vida, de forma que o nome do Senhor seja glorificado em nós como igreja, família, patrão, empregado, pai, pastor, mãe, professora, amigo, amiga...Quando temos alegria de servir a Deus intensamente, somos mais e mais bem-aventurados. O cristianismo não é um sistema religioso que nos impõe o peso de andar de rosto amargurado, cheio de reclamações e dores. É antes de qualquer coisa, a evidenciação de que a obra de Cristo na cruz foi perfeitamente aceita pelo Pai, de forma que todos aqueles que foram lavados e remidos pelo seu sangue precioso vivem uma fé autêntica e autenticada por uma indizível disposição de vida grata e alegre por adorar ao Deus vivo! É também um estilo testemunhal que comprova que O CRISTÃO NUNCA PODERÁ SER VISTO DOUTRA FORMA, SENÃO COMO UM SER FELIZ! Em última instância afirmo que se alguém se diz discípulo de Jesus e não é um entusiasta da alegria como característica fundamental dos servos de Deus, esse alguém nunca experimentou a presença do Espírito Santo em sua vida.
Não anulo em hipótese alguma a possibilidade de arrefecimento da alegria, ou de dores, tristezas e sofrimentos na vida dos que amam a Deus. Se fizesse isso, seria infiel à Escritura. Mas a tese fundamental é que aqueles que amam ao Senhor são felizes n’Ele em qualquer situação. Assim, a alegria em meio aos sofrimentos é possível em virtude da presença do Deus Soberano ao lado dos seus filhos nos momentos difíceis. Olhe o Salmo 23.4 e perceba nesse texto que o vale da sombra da morte haverá, mas o temor é refreado pela constante companhia que os filhos do Deus Vivo tem nesses momentos. É possível não ser alegre com tamanha convicção? Quero concluir convidando-o a não ser mais um crente chorão, resmungão e maldizente. Conclamo para que olhe com gratidão para TUDO que o Senhor Deus fez em seu favor e encha-se da alegria genuína, resultante da maravilhosa obra do Espírito. Olhe para o Autor e Consumador de nossa fé e perceba na perfeição de Seu sacrifício o mais forte combustível para que você seja um FELIZ ADORADOR!!

Que o Deus da alegria se alegre de nós por sermos um povo ALEGRE NELE!

Pr. Caco

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